sexta-feira, julho 26, 2024
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    Febre maculosa: o que se sabe até o momento

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    Após a morte de quatro jovens, que estavam em um evento em Campinas (SP) por febre maculosa, os estados reforçam a atenção para os riscos da enfermidade e sua contaminação. 

    Como a Febre Maculosa voltou ao debate público

    Foi confirmada, esta semana, que a morte dos jovens Douglas Costa, 42 anos; Mariana Giordano, 36 anos; Evelyn Santos, 28 anos, e Erissa Santana, 16 anos, foram ocasionadas pela febre maculosa. 

    Eles participaram de uma festa na Fazenda Santa Margarida, localizada em Campinas, São Paulo. O casal Douglas e Mariana começaram a ter sintomas febris e manchas avermelhadas no corpo vindo a óbito cinco dias depois. Já a jovem Evelyn apresentou febre e crises convulsivas, pouco depois também faleceu.

    A Prefeitura de Campinas alegou que “a fazenda vive um surto da doença e que, por isso, ela só poderá fazer novos eventos quando apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação”.

    Após a confirmação das mortes por febre maculosa e mais três casos sob investigação, a prefeitura disse ainda que uma série de medidas estão sendo tomadas para evitar novos casos.

    O que é Febre Maculosa

    De acordo com o Subgerente de Entomologia da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP/AM), Dr. Ronildo Baiatone, a febre maculosa é uma doença infecciosa, porém não contagiosa, o que significa que não é passada de pessoa para pessoa. 

    Ela é causada pela bactéria do gênero Rickettsia que é transmitida de carrapato para carrapato. Para que o carrapato consiga se infectar ele precisa se alimentar de um animal, em sua maioria dos casos silvestre, que esteja infectado pela bactéria, que foi o caso das capivaras que circulam pela área urbana de São Paulo. Elas hospedam o carrapato-estrela, mas o animal não é responsável pela transmissão direta ao ser humano. No entanto, a presença do bicho infectado torna o ambiente uma área de potencial risco.

    Sintomas

    Os primeiros sintomas podem ser observados entre 2 a 14 dias e conforme o Ministério da Saúde são:

    • Febre
    • Dor muscular
    • Diarreia
    • Dor de cabeça intensa
    • Gangrena dos dedos e orelhas
    • Paralisia dos membros, causando paragem respiratória.

    Cuidados

    O Dr. Ronildo afirma que os cuidados devem se intensificar ao entrar em áreas de mata. “Os cuidados são: entrar com o corpo protegido, calça e camisas de manga comprida, usar repelente”, afirma.

    No caso da febre maculosa ele pontua ainda a importância da inspeção pelo corpo a cada duas horas: “Especificamente no caso da febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato, é importante que a cada duas ou três horas, faça uma inspeção no corpo a procura desse carrapato. Essa transmissão para ocorrer, o carrapato precisa estar em contato com o corpo humano de 3 a 4 horas”, conclui. 

    O Amazonas possui risco de infecção? 

    A doutora em Medicina Veterinária e Pesquisadora da Fiocruz Amazônia, Alessandra Nava, afirma que o Amazonas possui baixo nível de transmissão da doença, influenciado em grande parte pela alta biodiversidade da região. 

    Ela ressalta que os últimos casos da doença no Brasil ocorreram no Sudeste no país, como no interior de São Paulo, em Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Acontece nas regiões que mais destruíram florestas no Brasil, não há mais uma alta biodiversidade. Ao contrário da Região Norte” –  o que pode explicar a baixa transmissão aqui, afirma a pesquisadora. 

    A febre maculosa não é típica da nossa região. Nos últimos 20 anos não há registros expressivos da doença na Região Norte. “Isso não quer dizer que não devemos ter cuidado, até para se proteger quanto outras doenças típicas do estado”, finaliza Ronildo. 

    Leia mais:
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    Com informações da Gazeta da Amazônia*

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