O estudante de agronomia e influencer Agenor Tupinambá foi multado em R$ 17 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), na terça-feira (18). O fazendeiro foi intimidado pelo instituto por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Ele também foi notificado a retirar todas as publicações feitas com os animais de seus perfis nas redes sociais.
Agenor mora em uma fazenda em Autazes, no interior do Amazonas, e postava vídeos no TikTok e Instagram sobre o dia a dia com a sua capivara Filó, que foi resgatada após perder a mãe ainda quando filhote. Todos os vídeos já foram removidos da internet. O estudante também foi notificado sobre prazo de 6 dias para entregar a capivara ao instituto.
O Ibama também multou o fazendeiro por “utilização de fauna silvestre e exposição em redes sociais” em razão de vídeos gravados com uma preguiça-real e uma paca.
“Fui intimado e chegou ao meu conhecimento de que eles estavam solicitando a retirada de todo conteúdo que tinha a Filó. Estão me acusando de abusar, de maltratar, explorar e até matar os animais da fazenda”, disse Agenor.
Em sua defesa, a deputada estadual Joana Darc (UB) repudiou as acusações do Ibama.
Em reunião com Agenor e sua família, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), a parlamentar, que é presidente da Comissão de Proteção aos Animais, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CPAMA), garantiu que conhece o cenário de convivência das pessoas com os animais no interior do Estado.
“O Agenor tá sendo punido injustamente com uma multa absurda, sendo acusado de maus-tratos contra os animais, como se fosse um criminoso. Quem conhece a história dele sabe da convivência harmônica com os animais, e não é somente em Autazes que isso acontece, mas em todo interior do Amazonas e da zona rural do Estado”, destacou.
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O senador amazonense Eduardo Braga (MDB-AM) também se manifestou sobre a situação em seu perfil no Instagram. Segundo o parlamentar, “o povo do Amazonas é íntimo da natureza, o amazônida ama e se orgulha da sua biodiversidade”. Destacou ainda a necessidade “urgente” de a legislação ambiental ser revista.
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Apoio jurídico
A deputada Joana Darc, que também é advogada, está prestando apoio jurídico ao jovem e vai participar de uma reunião com o superintendente do Ibama no Amazonas. Além disso, a parlamentar está solicitando uma reunião com a ministra do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, para tratar do caso.
“Nossa equipe jurídica da Comissão dos Animais já está agindo para apoiar o Agenor, para anular as multas, e não receber essas punições nas redes sociais e, o principal, é que os animais fiquem no seu habitat, onde expressam o seu comportamento natural, e não em um cativeiro ou zoológico. Isso eu não vou permitir”, defendeu.
Conforme informações da parlamentar, o trabalho de apoio a Agenor segue com o objetivo de anular os autos de infração, frente a comprovação de que as acusações do Ibama são infundadas.
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