O trecho entre os quilômetros 3 e 4 da estrada de Balbina, em Presidente Figueiredo (a 128 quilômetros de Manaus), é o mais afetado pela cheia do Rio Uatumã. Parte da estrada está alagada e apenas veículos pesados conseguem atravessar. Em caso de abertura total das comportas da Usina Hidrelétrica de Balbina, a situação deve piorar, segundo a DPE (Defensoria Pública do Estado do Amazonas).
Os defensores Rodolfo Lôbo e Helom Nunes visitaram o local na quarta-feira (13). “Nós percebemos que algumas pessoas já estão saindo das suas casas. E as que ficam precisam de água potável, de madeira para construir pontes e marombas”, disse Rodolfo Lôbo, subcoordenador do GT Enchentes.
Segundo Rodolfo Lôbo, a DPE cobrará da Eletronorte embarcações para o transporte de quem precisar sair de casa, assim como a doação de água potável e kits de higiene. O envio de água e material de higiene também será cobrado da prefeitura do município e do governo do estado.
Na próxima quarta-feira (20), os membros do GT Enchentes vão se reunir com os moradores das seis comunidades que estão nas proximidades da usina. “É importante compreender que, independente do impacto ambiental, o impacto social já existe. Não é um risco que pode ocorrer, a alteração súbita já traz consequências para os cidadãos que moram ao longo dos leitos do rio”, disse o defensor Helom Nunes.
O coordenador da Defesa civil de Presidente Figueiredo, Rodrigo Martins, informou que 600 famílias já foram identificadas no entorno da hidrelétrica e que elas começaram a receber cestas básicas, um dos itens previstos no acordo celebrado com a Eletronorte.
O diretor da UHB, Milton Menezes, disse que atualmente a abertura das comportas da usina está no estágio 3 (de 12) e que opera em segurança. Ele também afirmou que as comportas nunca foram fechadas, mas a cheia recorde do ano passado e o excesso de chuvas registrado nos últimos dias provocaram o enchimento dos reservatórios acima da média, necessitando assim elevar os níveis do vertedouro para compensar os níveis de água que entram e saem da usina.
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