O governo federal liberou, nesta sexta-feira, dia 12, R$ 1.852.901 para ajudar no enfrentamento da maior enchente dos últimos anos no município de Eirunepé (AM).
A liberação veio após o pedido da bancada do Amazonas, ao ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Há outros municípios que estão enfrentando uma enchente histórica e precisam, também, de ajuda financeira.
Dessa forma, o governo fez, hoje, a primeira liberação de verba para este fim.
Eirunepé fica a 1.160 quilômetros de Manaus. E nesta sexta-feira, o município, na calha do Juruá, recebeu a verba do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Em estado de emergência, por causa da enchente, também aguardam recursos os municípios de Boca do Acre, Guajará, Pauiní, Ipixuna, Envira e Itamaraty.
16 mil desabrigados
De acordo com o prefeito de Eirunepé, Raylan Barroso, mais de 3.500 casas foram atingidas com as cheias do rio Juruá, em um universo de 16 mil pessoas, o que representa quase a metade (44,81%) de toda a população do município.
De acordo com o IBGE, a população estimada de Eirunepé, em 2020, era de 35.700 habitantes.
“Tem muita gente desabrigada, morando em escolas e outra parte em casa de parentes. Vamos usar esse dinheiro que veio do governo federal para comprar madeira, a fim de levar o assoalho das casas; kit de higiene pessoal, cestas básicas, gás de cozinha e outras necessidades”, diz o prefeito de Eirunepé.
Recurso insuficiente
De acordo com Raylan Barroso, esse R$ 1,85 milhão do governo não é suficiente para cobrir todas as demandas e os prejuízos causados pela enchente.
“Temos 45% da cidade de Eirunepé comprometida e esses recursos atenderiam somente 18% dos atingidos pela cheia. Por isso, estamos fazendo novo pedido ao Ministério do Desenvolvimento Regional para a cobertura dos 27% restantes”.
Questionado sobre o apoio do governo do estado, o prefeito disse que o governador Wilson Lima anunciou uma ajuda de R$ 440 mil para a compra de gás de cozinha e cestas básicas.
Além dos desabrigados, outra preocupação do prefeito de Eirunepé é com relação às doenças trazidas pela enchente. Ele citou o aumento de casos de dengue, hepatite, febre tifoide, leptospirose, ataques de animais peçonhentos (cobra, aranha) que entram nas casas por causa da subida das águas.
Apoio federal
A Defesa Civil Nacional informa que apoia governos estaduais e municipais nas ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação dos desastres naturais – chuvas intensas, inundações, enxurradas, vendavais, estiagem e longos períodos de seca.
Mas para solicitar o reconhecimento federal de situação de emergência ou estado de calamidade e acessar recursos federais, gestores das defesas civis estaduais e municipais devem manter informações atualizadas junto ao MDR.
Informações atualizadas
As informações devem ser repassadas por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID).
“Em caso de desastres, os municípios podem ter acesso ao apoio do governo federal, mas se as informações estiverem desatualizadas, o repasse pode atrasar. Nesta época do ano, em que o número de ocorrências de desastres naturais aumenta, os gestores locais precisam ficar atentos”, afirma o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil do MDR, Alexandre Lucas.
O secretário recomenda que os municípios mantenham ativa a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Comdec).
Se ainda não esteja em funcionamento na cidade, os gestores podem entrar em contato com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do MDR para a estruturação do órgão.
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