Inconformadas com o anúncio de que a empresa Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) venderá sua participação em concessões do Polo Urucu no Amazonas, algumas autoridades do estado têm se pronunciado sobre o assunto. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), pediu diálogo entre a Petrobras e o Governo do Estado para encontrar outra alternativa que não seja a venda. O governador Wilson Lima (PSC), por sua vez, defendeu que a transição no processo de venda vai garantir outros investimentos locais.
A estatal brasileira fez o anúncio da venda na última sexta-feira (27), dizendo que venderia a totalidade de sua participação em um conjunto de sete concessões de produção terrestres localizadas na Bacia de Solimões, no Amazonas. De acordo com a Petrobras, a medida contribuirá para a redução do endividamento da empresa.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais no último domingo (28), o chefe do Executivo de Manaus destacou a importância da geração de empregos que a empresa proporciona na região do interior do Amazonas e a consequente preservação do meio ambiente. “É muito grave para o Amazonas a saída da Petrobras, perder os investimentos em Urucu, em um momento de economia combalida, é o pior para o nosso Estado, uma situação que nos esvazia”, declarou Arthur.
O governador também se manifestou sobre o tema. Por meio de sua assessoria, ele disse que “a preocupação que nós temos é a de que não haja descontinuidade da exploração. Estamos pleiteando junto ao Ministério das Minas e Energia o compromisso de que a Petrobras mantenha os investimentos e a produção durante processo de transição para o novo investidor que vai assumir as operações no campo de Urucu”.
Nas redes sociais, o senador Eduardo Braga (MDB) também se mostrou contrário a saída da estatal do Amazonas. “Não podemos admitir a perda da Petrobras no Amazonas. Além da arrecadação de impostos, ela gera milhares de empregos diretos e indiretos no nosso estado. Ao contrário disso, temos que buscar ainda mais investimentos na área de petróleo e gás”, publicou o parlamentar.
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Josué Neto (PRTB), disse nesta segunda-feira (29) que a Petrobras está saindo do Amazonas por sempre ter prejuízo em relação ao monopólio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás). “A Petrobras sempre teve prejuízo no Amazonas. Em alguns Estados a Petrobras ganha dinheiro, em alguns estados a Petrobras ganha pouco dinheiro e em outros estados ela perde pouco dinheiro, mas no Estado do Amazonas ela perde muito dinheiro porque suas operações são subsidiadas e ela paga para trabalhar no Amazonas isso há muitos anos”, afirmou o parlamentar.
De acordo com a petroleira, o processo de venda consiste na cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás natural. Além das concessões e suas instalações de produção, estão incluídos na transação, segundo a empresa, as unidades de processamento da produção de petróleo e gás natural e instalações logísticas de suporte à produção.
Sobre o Polo
O Polo Urucu compreende concessões de produção (Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu, Sudoeste Urucu), todas localizadas no Amazonas, nos municípios de Tefé e Coari, em uma área de aproximadamente 350 km2.
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Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta