Recentemente, um misterioso vírus que causa problemas respiratórios graves tem colocado a China e o mundo em estado de alerta. A doença, que teve início na cidade de Wuhan (centro-leste chinês), já infectou 444 pessoas e causou 17 óbitos, segundo dados do balanço mais recente. Casos do vírus também já foram confirmados na Coreia do Sul, Tailândia, Japão, Estados Unidos e Taiwan. A China confirmou que o vírus, que causa um tipo de pneumonia severa, é transmitido de pessoa para pessoa.
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma ampla família de vírus, mas poucos deles são capaz de infectar pessoas, por isso, parece ser uma nova cepa de um coronavírus que não havia sido previamente identificado em humanos. Chamado de 2019-nCoV, o vírus causa febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar.
Acredita-se que o surto da doença teve como origem um mercado de peixes no centro de Wuhan. O estabelecimento está fechado desde o início de janeiro, mas novos casos continuam a surgir e a se espalhar pela China. As autoridades relataram que também identificaram pacientes sem histórico de contato com o mercado. Além dos casos confirmados, há 922 pessoas em observação. Estimativas apontam que podem o número de contaminados pode passar de 1.700.
Casos no Brasil?
Na última quarta-feira (22), a Secretária Estadual de Saúde de Minas Gerais havia informado que um caso suspeito da doença estaria sendo investigado em Belo Horizonte. A paciente, uma mulher de 35 anos, esteve em Xangai, na China, e desembarcou em Belo Horizonte no último sábado (18), com sintomas respiratórios compatíveis com doença respiratória viral aguda. O Ministério da Saúde se pronunciou na noite de ontem e afirmou que o caso “não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS)”. Na terça-feira (21), a OMS havia alertado para a possibilidade do surto se espalhar para outras partes da China e para outros países.
(Confira aqui a nota do Ministério da Saúde)
Aumento das infecções
Nesta semana, a maioria dos chineses iniciará os festejos (de uma semana) pelo Ano-Novo Lunar, quando viajarão pelo país para visitar familiares. Isso desperta o temor de mais contaminação e de que as autoridades chinesas tenham dificuldade em monitorar o avanço da doença. Em Wuhan, há quase uma semana as autoridades iniciaram o uso de scanners de temperatura em aeroportos e estações de trem e ônibus. Pessoas com sinais de febre têm sido registradas, recebido máscaras e encaminhadas a hospitais e clínicas.
Especialistas britânicos que estão monitorando a doença afirmam que há sinais para “inquietação”, embora a capacidade de resposta a epidemias do tipo tenha crescido. “Até o momento, é difícil saber o quão preocupados devemos estar. Até termos a confirmação da fonte (primária da doença), ficaremos com essa inquietação”, disse à BBC Josie Golding, da fundação de pesquisas médicas Wellcome Trust.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta*
*Com informações da BBC