Dados do Ministério da Saúde demonstram que o número de grávidas com imunodeficiência humana (HIV) no Brasil vem crescendo. De 2008 a 2018, a quantidade de mulheres grávidas e portadoras do vírus cresceu 37% no país. As gestantes com a doença estão na contramão da população em geral, que apresenta queda desde o ano de 2014. Em 2018, o país registrou 8,6 mil gestantes com o vírus. Em 2008, o número era de 6,7 mil.
Os dados divulgados fazem parte do último Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde. Atualmente, em todo o país, todas as grávidas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem, obrigatoriamente, fazer o teste de HIV. Os casos positivos são notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Com o exame obrigatório, muitas mulheres só descobrem a presença do vírus em seu organismo quando engravidam.
No entanto, os dados demonstram que o país avançou no atendimento às gestantes é a redução da chamada transmissão vertical, quando o HIV é passado da mãe para o filho na gestação, no parto ou durante a amamentação. Essa taxa caiu de 3,6 casos a cada 100 mil habitantes, em 2008, para 1,9 mil casos, em 2018, o que corresponde a uma queda de 47,2%.
O levantamento do Ministério da Saúde mostra que há ainda grupos mais vulneráveis que outros ao HIV. Em 2018, cerca de 56% dos casos de Aids foram registrados entre pessoas negras e, cerca de 60%, entre aqueles com até o ensino médio completo. A estimativa é que 86% das pessoas infectadas estejam diagnosticadas e 78% estejam em tratamento. A meta é elevar ambas proporções para 90%. O objetivo também é zerar os casos de transmissão vertical e, para isso, em parceria com estados e municípios, incentiva a formação de pessoal para a realização adequada do pré-natal.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta