A empresa suíça Nestlé deixou de comprar grãos de soja brasileiros da empresa Cargill, depois que uma revisão não conseguiu rastrear as oleaginosas de volta a plantações específicas, levantando preocupações de que foram produzidas em áreas desmatadas da Amazônia. A Nestlé tem como meta eliminar o desmatamento de suas operações nos próximos três anos, segundo uma reportagem divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A Cargill é uma empresa com sede no estado de Minnesota, EUA, cuja atividade é a produção e o processamento de alimentos. A multinacional ainda possui um porto graneleiro na cidade de Santarém no Oeste do Pará para escoamento de grãos, principalmente soja, para todo o mundo.
Uma reportagem no site da Cargill do início de 2019, intitulada “Cargill reforça o compromisso com as cadeias produtivas livres de desmatamento”, destaca que “a companhia adotou medidas para avançar com o seu compromisso de proteger as florestas e promover o desenvolvimento agrícola rural em todas as suas cadeias produtivas e lançou uma Política Sustentável de Soja para a América do Sul, um Compromisso com os Direitos Humanos e uma atualização da Política de Florestas”.
Em junho deste ano, a companhia prometeu investir US$ 30 milhões em novas abordagens, após reconhecer que ela e outras empresas de alimentos não atingiriam a meta de eliminar o desmatamento de importantes cadeias de suprimentos até 2020. “Acreditamos que temos um compasso ético forte, e temos a obrigação de agir”, disse Ruth Kimmelshue, chefe de cadeia de suprimento e sustentabilidade da Cargill. A mudança de rumo da Nestlé não impactou significativamente as finanças da Cargill, disse.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que assumiu o mandato no começo deste ano, exortou os produtores rurais do seu país a expandir. Fazendeiros brasileiros estão colocando mais terra para a aragem à medida que as exportações de soja, milho e carne do país têm disparado, em parte porque tarifas chinesas sobre bens agrícolas dos Estados Unidos têm ajudado a tornar colheitas e carne brasileiras mais baratas.
A taxa de desmatamento na Amazônia atesta que bateu este ano o seu nível mais alto desde 2008, de acordo com dados do governo brasileiro divulgados em novembro, com mais de 6 mil quilômetros quadrados de floresta tropical perdidas ao longo dos 12 meses encerrados em julho de 2019.
Em resposta a isso, algumas companhias estão tentando proteger marcas conhecidas de serem ligadas à degradação ambiental. Crescentemente, a sustentabilidade ambiental informa as decisões de compra de consumidores, pressionando marcas a escrutinar como ingredientes e materiais básicos são produzidos.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta*
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo