No início da tarde desta sexta-feira (20), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), deu uma entrevista para esclarecer dúvidas da imprensa e anunciar melhorias para a área da saúde em 2020. O chefe do Executivo estadual iniciou a coletiva falando dos desafios e mudanças já realizadas na gestão do Hospital Universitário Francisca Mendes, referência em cirúrgias cardíacas no Estado, localizado em Manaus. Outro destaque da entrevista foi o valor que será destinado para a área da saúde no ano que vem: serão 45 milhões, sendo que em 2019 foram apenas 5 milhões, já deixados previstos no orçamento pela gestão anterior.
O governador aproveitou a ocasião para explicar a situação do contrato com a Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões (Unisol). O Ministério Público havia determinado o encerramento do convênio no dia 4 de dezembro deste ano. Mas, desde o final do mês de novembro, após um acordo entre os poderes, o contrato foi prorrogado por mais seis meses. Desde o dia 4 de dezembro, a gestão do hospital está sendo compartilhada com a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SUSAM). Segundo Wilson Lima, para essa transição, foi estabelecido um planejamento estratégico com algumas metas a serem cumpridas.
Durante a coletiva, o governador também ressaltou que o Governo está trabalhando incansavelmente para reduzir a fila de espera dos pacientes por procedimentos cirúrgicos no estado e enfatizou que no Amazonas a taxa de mortalidade é de 12%, sendo que a nacional é de 20%. “Nosso objetivo é que não haja nenhuma morte. “Estamos trabalhando muito para reduzir os números negativos da saúde”, declarou.
Wilson Lima também criticou o papel de alguns veículos de comunicação que, segundo ele, divulgaram notícias que não retratam a realidade do Hospital Francisca Mendes. O chefe do Executivo afirmou, ainda, que a farmácia da instituição está completamente abastecida e que não falta medicamento no local. Ele também argumentou que as medidas tomadas pelo Governo tem incomodado a muitos. “Estamos tomando medidas duras, que incomodam muita gente, mas que são necessárias para que o estado seja sustentável. As coisas não podem continuar do jeito que eram. Hoje a realidade é outra”.
O governador também não deixou de frisar que, ao assumir o Estado, encontrou a saúde em uma situação complicada. “Nós encontramos a saúde numa situação bem complicada e bem difícil e a gente não muda isso do dia para a noite. Encontramos a saúde com um deficit de 1.2 bilhão de reais e dívida de 3 bilhões na saúde. O nosso governo está atuando de forma responsável”, afirmou.
Questionado sobre um possível conflito com deputados estaduais e sobre o pedido de impeachment protocolado por dois parlamentares da oposição, o governador afirmou que “não há amparo legal e nem fundamento para impeachment”. E ainda acrescentou: “Eu entendo o papel da oposição, mas o que estão tendo fazer é tumultuar todo o processo. Desde o início do ano [eles] vem tentando encontrar elementos e artifícios para fazer suas críticas, mas a vontade popular tem que ser respeitada. (…) A nossa posição e a nossa mudança de comportamento em algumas áreas incomodam muita gente. E o que estamos fazendo de modernização não tem volta”, salientou.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta