O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil em 2018 teve um crescimento pífio em relação ao ano anterior e o país perdeu uma posição no ranking entre os 189 países e territórios analisados pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento). O relatório mundial foi divulgado ontem (8).
Em 2018, o IDH brasileiro foi de 0,761, contra 0,760 em 2017 —isto é, apenas 0,001 a mais do que no ano anterior. Estatisticamente, esse crescimento é considerado insignificante. Entre 2010 e 2017, por exemplo, a média do crescimento anual do IDH no Brasil foi de 0,004.
Segundo o Pnud, no entanto, não há freio de crescimento de IDH no país e o Brasil se mantém em uma tendência de subida.
Com o IDH de 0,761, o Brasil fica em 79º no mundo e em 4º na América do Sul —nas duas posições, o país fica empatado com a Colômbia. No continente sul-americano, Chile, Argentina e Uruguai estão à frente, nessa ordem.
Em 2017, o Brasil ocupou o 78º posto no ranking —a Pnud atualizou as informações de anos anteriores. Considerando o período entre 2013 e 2018, o país perdeu três posições na lista.
Os dados são de 2018 e, portanto, não dizem respeito à gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), que assumiu a Presidência em 2019.
Em nota, a assessoria da Casa Civil afirmou que o atual governo vem realizando transformações em todas as áreas apontadas no relatório e que o IDH é reflexo direto das “políticas equivocadas que por décadas foram praticadas no Brasil”.
Série histórica do IDH do Brasil*
Para a Casa Civil de Bolsonaro, a expectativa é que o país suba ano após ano no ranking do IDH.
O IDH mede o progresso dos países em saúde, educação e renda. Para esse indicador, quanto mais próximo de 1, mais alto é o desenvolvimento humano. O ranking é liderado pela Noruega, cujo IDH é de 0,954. Na outra ponta, o Níger tem o pior índice, de 0,377. Veja a lista completa.
O diretor de pesquisas do Pnud, Pedro Conceição, considerou a classificação do Brasil como “positiva, sólida e sustentável”. Segundo ele, as autoridades do Brasil devem fazer uma reflexão sobre as “novas desigualdades”, uma tendência que o diretor diz ter sido verificada na pesquisa.
Como exemplo, pesquisadores citaram o campo de desenvolvimento tecnológico. Segundo eles, países mais atrasados apresentam desvantagens em setores industriais, além de prejudicar os avanços na saúde e na educação.
“O Brasil precisa avançar muito no quesito tecnológico e capacitar a sua mão de obra. Além disso, o nosso produto final fica abaixo do valor agregado. No século 21, precisamos de outros tipos de capacidades para viver com dignidade”, disse a economista Betina Ferraz, chefe da unidade de desenvolvimento humano do órgão.