Uma soma de fatores internos e externos da economia brasileira explicam a situação do mercado bovino no país. Entre as razões estão a recuperação da demanda interna, as prolongadas secas, o grande volume de exportações para a China e a alta do dólar, que tornou o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado internacional. A carne bovina sofreu reajuste significativo nas últimas semanas, chegando ao segundo preço mais alto desde o Plano Real.
Em Manaus, o aumento de preço da carne vermelha tem surpreendido os consumidores. Segundo a Scot Consultoria, nas últimas semanas, a carne bovina desossada ficou 22,9% mais cara no mercado atacadista na média de todos os cortes pesquisados no Brasil, o que trouxe impactos nas redes de supermercado e na mesa do consumidor. Além disso, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a arroba em alta também pode afetar os preços do leite no ano que vem.
De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o Brasil é o terceiro país no ranking dos que mais consomem carne no mundo. Na lista consta que em 2018, o Brasil foi responsável pelo consumo de 13% da carne mundial, o que representa 7 milhões de toneladas de carne bovina, ficando atrás de Estados Unidos, que consumiu 20% e da China, responsável por 14% do consumo de carne vermelha.
O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou sobre o assunto no último sábado (30) e disse que o Governo não vai interferir no preço da carne bovina, que no mercado atacadista teve alta média de 22,9%. Segundo ele, o mercado é quem deve definir o preço do produto. Bolsonaro disse, no entanto, que acredita que o preço do produto vá baixar. “Quero deixar bem claro que esse negócio da carne é a lei da oferta e da procura. Não posso tabelar, inventar. Isso não vai dar certo”, comentou o presidente.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta