Logo após a saída do ex-presidente Lula da prisão em Curitiba, na última sexta-feira (8), um grupo formado por 14 deputados federais do Partido Social Liberal (PSL), do presidente Jair Bolsonaro, se manifestou pedindo a obstrução de todas as atividades da Câmara dos Deputados, até que seja votada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que libera a prisão após condenação em segunda instância. O documento redigido foi assinado pelo deputado amazonense da sigla Delegado Pablo.
A iniciativa partiu da parlamentar Joice Hasselmann que destacou que o principal objetivo agora é aprovar a PEC e fazer com que o ex-presidente Lula retorne à prisão. “Eu e mais 14 deputados do PSL, que não compactuamos com a impunidade, anunciamos obstrução e uso de todos os artifícios regimentais até que a prisão em segunda instância seja votada na Câmara. Jamais reviveremos a humilhação pela qual o povo de bem está passando com o caso Lula”, disse ela.
Em um vídeo postado no Facebook, o Delegado Pablo se manifestou dizendo que a liberdade de Lula gera a sensação de completa impunidade no Brasil. “As pessoas vão poder cometer crimes garantindo que o crime aconteça”, declarou. O Capitão Alberto Neto (PRB) também publicou um vídeo em sua rede social se posicionando contrário a soltura do ex-presidente Lula, a quem se refere como ladrão. “O Brasil todo está indignado. O Brasil todo está revoltado com o STF. (…) Para liberar um ladrão, o Brasil vai ter que liberar cinco mil criminosos”, comentou.
Em entrevista exclusiva ao Portal Projeta, o deputado federal José Ricardo (PT) ressaltou que com a libertação de Lula, a justiça está sendo feita. “Primeiro a decisão do Supremo de confirmar o que está na Constituição, que a pessoa só é condenada em definitivo, começa a cumprir a pena, depois do processo ter transitado e julgado. Isso vale para todo mundo. É um direito constitucional e isso estava sendo negado ao presidente Lula. Ele vai continuar se defendendo e mostrando a sua inocência, que é o que ele está dizendo desde o início. Não teve provas e foi logicamente um processo político e nós estamos vendo os acordos feitos pelo juiz e pelo promotor”, enfatizou o petista.
Os outros cinco deputados federais pelo Amazonas Átila Lins (PP), Silas Câmara (PRB), Marcelo Ramos (PR), Sidney Leite (PSD) e Bosco Saraiva (SD) não se manifestaram sobre o assunto em suas redes sociais.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta