Segundo pesquisa divulgada pela empresa WWF, responsável pelo monitoramento de 29 botos de duas espécies amazônicas desde 2017, além das consequências das queimadas e do desmatamento na natureza, recentemente, uma nova contaminação dos botos bufeo bolivariano e do boto cor-de-rosa foi detectada.
Com monitoramento realizado através de pequenos transmissores de aproximadamente 145 gramas instalados nos animais — que após cerca de oito meses se desprendem sozinhos — a empresa conseguiu rastrear através de drones o comportamento e a localização das espécies nos últimos três anos. A nova constatação relata que os botos mantém circulação em uma região conhecida pela exploração ilegal de mineração.
Após receber essa informação, a empresa analisou amostras dos animais e constatou a real contaminação de todos os animais com altas concentrações de mercúrio. Entre as maiores preocupações deste resultado, além da saúde e sobrevivências das espécies, está a possibilidade de contágio dos povos indígenas da região e de seus alimentos, que segundo um estudo complementar da Fiocruz, demonstra que nada menos do que 92% dessa população pode já estar contaminada com o mineral.
Segundo a empresa responsável pela pesquisa, através de grande esforço e foco neste levantamento, os golfinhos de água doce podem ser monitorados com maior eficácia e o mesmo método pode facilmente ser replicado em outros estudos com assertividade, economia de tempo e de investimentos:
“Os levantamentos aéreos proporcionaram maior precisão em relação ao trabalho humano na contagem de espécies detectadas em grupos. Comparado às estimativas derivadas de pesquisas visuais, o uso de VANTs (veículos aéreos não tripulados) poderia fornecer uma estimativa mais viável, econômica e precisa das populações de golfinhos do rio Amazonas. O método pode ser replicado em outras áreas importantes para a conservação dessas espécies, para gerar um índice aprimorado de populações de golfinhos”.
O estudo continua em curso em busca de novas informações.