O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que há “80% de chances” de deixar sua sigla e 90% de criar um novo partido para se filiar. Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, o presidente disse que “paga a conta sobre qualquer desvio de terceiros no partido.”
“O meu sonho é criar um partido (…), podemos coletar assinaturas de forma eletrônica, até março eu teria um partido e, com quase uns seis mil municípios, talvez umas 200 candidaturas pelo Brasil. Eu teria como escolher, de fato, quem concorreria para aquela prefeitura”, disse Bolsonaro.
Para o presidente, a discussão em torno do fundo partidário alimenta a cisão dentro do PSL. “Essa caneta aqui tem um poder melhor, milhares de vezes maior que o do fundo partidário. Mas eu não uso”, disse.”Ou eu passo a ter o comando das ações do partido, pra gente acabar com isso daí, abrir uma caixa preta, se tiver, e começar a fazer com que o fundo partidário vá para onde tem que ir.”.
15 minutos na Globo
Entre outras questões, a entrevista abordou a citação do nome do presidente no processo que envolve o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março do ano passado. Reportagem do Jornal Nacional mostrou que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem casa, afirmou que o “seu Jair” autorizou o ex-policial militar Élcio Queiroz (acusado de participar do assassinato de Marielle) a entrar no local no dia do crime.
Após a reportagem, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que o depoimento do porteiro foi mentiroso, mas o laudo pericial apresentado pela Justiça foi contestado.
Bolsonaro afirmou que determinou à Procuradoria-Geral da República para colher o depoimento do porteiro e dos funcionários públicos envolvidos no caso, incluindo o delegado da polícia civil responsável pela investigação. Ele voltou a dizer que soube da citação ao seu nome no último dia 9, por meio do governador fluminense Wilson Witzel (PSC).
“É um jornalismo sujo por parte da TV Globo. TV Globo, me dá um espaço de 15 minutos ao vivo no Jornal Nacional para explicar isso e mais coisas. Vou cobrar isso, quem vazou.” Bolsonaro disse que não foi procurado pela emissora para dar sua versão dos fatos, mas o advogado Frederick Wassef gravou um posicionamento em defesa do presidente e que foi veiculado na reportagem.