De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dos 9 estados que formam a Amazônia Legal, o Amazonas é o único que apresentou queimadas acima da média prevista para o mês de setembro, apesar de apresentar número menor de queimadas do que outros cinco estados (vide quadro). Do dia 1º ao dia 28 de setembro, o território amazonense registrou 2.913 focos de incêndios, sendo que a média é de 2.682, considerando os dados verificados desde 1998.
Nos outros oito estados (Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), setembro marcou a reversão de uma tendência de alta no número de queimadas na região e no bioma Amazônia, após agosto ter registrado os números mais altos desde 2009, batendo o recorde mensal de focos de incêndios.
Segundo especialistas, a recorrência das queimadas no Amazonas é preocupante, já que a Amazônia não tem fogo provocado por causas naturais, e sim ligado ao desmatamento e à ação humana. O estado hoje está na rota da expansão agropecuária.
Em todo o território nacional, o mês de setembro de 2019 registra mais focos ativos do que setembro de 2018. Até o dia 28 foram 51.747 focos no país, uma alta de 22% diante dos 42.251 focos do mesmo período do ano passado. Apesar de superior ao ano passado, está abaixo da média para o período: 66.007 focos.
Em agosto, os incêndios na Amazônia queimaram 29.944 km² do bioma, o equivalente a 4,2 milhões de campos de futebol, segundo dados do Inpe.
Dados Nacionais
Se considerarmos todo o território do país, as queimadas também tiveram alta: foram 51.936 focos em agosto, aumento de 128% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram identificados 22.774 focos. Estes são os maiores números registrados para agosto desde 2010, ainda de acordo com dados do Inpe. Entre janeiro e agosto foram 90.501 focos em todo o país, ante 52.926 no mesmo período do ano passado: um crescimento de 71%. Trata-se do maior índice em nove anos.
Por Cíntia Ferreira*
*Com informações do G1