sexta-feira, novembro 22, 2024
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    Explicando: Quem é a jovem ativista do clima Greta Thunberg?

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    A jovem ativista do clima Greta Thunberg, de 16 anos, está silenciando líderes globais na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta semana. Ela é o rosto à frente do movimento estudantil global contra a crise climática. A adolescente ficou conhecida após em, 20 de agosto de 2018, faltar à escola e seguir sozinha para a frente do prédio que abriga o parlamento da Suécia, carregando um cartaz em que se lia skolstrejk för klimatet! (greve escolar pelo clima) e panfletos com dados científicos sobre o aquecimento do Planeta.

    A jovem estava decidida a chamar a atenção dos políticos do seu país para a gravidade da crise climática mundial e seus riscos para as gerações futuras. Oito meses depois, seu protesto solitário daria lugar a uma marcha histórica pelo clima, o #schoolstrike4climate, que levou às ruas mais de 1,5 milhão de estudantes de mais de 100 países. Da ação local, a jovem vem ganhando cada vez mais visibilidade até discursar, nesta semana, durante a Cúpula do Clima da ONU, diante de centenas de líderes globais.

    Síndrome de Asperger e depressão

    Filha do ator sueco Svante Thunberg e da cantora de ópera Malena Ernman, a jovem é portadora da Síndrome de Asperger, considera como um autismo leve, condição que ela faz questão de colocar na descrição de seu perfil no Twitter, que soma mais de 300 mil seguidores, ao lado de “ativista do clima”.

    Aos 11 anos, desenvolveu um quadro de depressão, parou de falar e até de comer. Em dois meses, perdeu dez quilos. Pouco tempo depois, a jovem foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo e mutismo seletivo (DSM-IV), um transtorno psicológico caracterizado pela recusa em falar em determinadas situações, mas em que a pessoa consegue falar em outras. 

    Discursos sobre mudanças climáticas

    Greta tem se mostrado indignada com o fato das pessoas considerarem a mudança climática uma ameaça existencial, mas seguirem suas vidas sem efetuar mudanças. “Eu não entendo isso. Se emissões precisam ser reduzidas, então precisamos detê-las.  Para mim, não há áreas cinzentas quando se fala em sobrevivência. Ou seguimos em frente como civilização, ou não. Precisamos mudar”, defendeu a jovem no TEDx, em Estocolmo, no ano passado.

    Durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro em Davos, a estudante sueca reiterou a necessidade de ações urgentes em prol do clima. “Eu não quero que você seja esperançoso. Eu quero que você entre em pânico. Eu quero que você sinta o medo que sinto todos os dias. E então eu quero que você aja. Precisamos agir como se a nossa casa estivesse em chamas, pois ela está”, declarou a empresários e políticos presentes  no evento.

    Em março deste ano, Greta foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz por três deputados noruegueses, para quem “o gigantesco movimento que Greta pôs em ação é uma contribuição muito importante para a paz mundial”. Ela também foi considerada a mulher mais influente do ano na Suécia e um dos 25 jovens mais influentes de 2018. Por suas atitudes, a pequena se agigantou.

    Medidas adotadas pela jovem

    Apesar de muito jovem, ela é coerente em seus atos. E embora acredite que no combate às mudanças climáticas, a ação política supere em muito as mudanças individuais no estilo de vida, Greta faz questão de dar o exemplo, tomando medidas significativas para reduzir sua própria pegada de carbono. Na medida do possível, ela não voa mais, optando por viajar apenas de trem. A adolescente também deixou de consumir carne e laticínios após saber como o consumo de produtos animais contribui para os danos ambientais e repensou hábitos gerais de compra, além de seguir a regra dos três “erres”: reduzir, reutilizar e reciclar, que podem fazer uma enorme diferença para o bolso e para o meio ambiente.

    Depoimento na ONU

    A ativista disse a líderes de 60 nações que sua infância foi roubada por “palavras vazias”. “Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias”, disse Greta, que responsabilizou os adultos por não fazerem o bastante para proteger o meio ambiente. A jovem ativista, ainda, denunciou que a falta de ações concretas dos chefes de estado “roubaram” com suas “palavras vazias” seus sonhos e sua infância. “Estamos no início de uma extinção em massa e tudo o que vocês falam gira em torno de dinheiro e um conto de fadas de crescimento econômico eterno. Como ousam?”, completa.

    Curiosidades

    • Aos 8 anos, na escola, ouviu falar pela 1ª vez sobre aquecimento global e disse ter ficado assustada com a falta de ação dos adultos.
    • O temor em relação ao meio ambiente foi um dos fatores em um período depressivo, no qual deixou de ir à escola por um tempo.
    • Depois de pesquisar e convencer os pais sobre a crise climática, a estudante começou em 2018 a deixar de ir a aulas nas sextas para protestar.
    • Greta já discursou eventos internacionais como a COP24, a Conferência do Clima da ONU, e o Fórum Econômico Mundial.

    Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta

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