sexta-feira, julho 26, 2024
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    Para Paulo Coelho, criticar Bolsonaro é um compromisso histórico

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    Torturado em 1974 por motivos políticos, o escritor Paulo Coelho não se importa em perder leitores pelas constantes críticas que emite ao presidente Jair Bolsonaro, principalmente quando o assunto Ditadura Militar vem à tona. Em entrevista a BBC Brasil, divulgada nesta terça-feira (24), Paulo Coelho destacou que tem um compromisso histórico de não ficar calado. “Eu tenho que falar. Vou perder leitores? Vou. Tenho perdido? Devo estar perdendo? Não sei. Eu não fico contabilizando isso”.

    Sobre as recorrentes declarações de opinião feitas pelo Twitter em relação ao governo brasileiro, Paulo Coelho comenta: “Eu tenho 72 anos e nunca vi nada igual. Eu já vivi ditadura, democracia, muitas fases do Brasil, mas nunca vi o que está acontecendo agora. É um delírio. Necessitava (Howard Phillips) Lovecraft, um escritor de ficção científica, para descrever o Brasil. Fico muito triste com o que está acontecendo. Uma coisa é certa: não se morre de tédio com a política brasileira, porque todo dia tem-se uma coisa nova”.

    O escritor também chamou o chanceler Ernesto Araújo de “completamente despreparado”. “Não tem maturidade, não tem experiência, não tem nada que justifique a posição que ocupa. E o cara diz qualquer coisa: ‘Ah, eu fui à Itália, estava frio, então não tem aquecimento global’. Meu amigo, um dos sintomas do aquecimento global é o frio”, ressalta.

    Durante a entrevista, Paulo Coelho também contou detalhes de sua tortura. “Eu estava de capuz, em uma cela. Não via ninguém. Apanhando, óbvio. Mas apanhar não é uma coisa séria. Mas quando eu olhei, debaixo do capuz, os caras tinham posto a máquina de choque. Eu já tinha levado choque feito doido, mas choque de doido não dói. Agora, aquele choque ali era para machucar, tá? Eu olhei assim e me assustei muito. Aí eu disse: ‘ah, deixa que eu me torturo’. Lembrei da casa de saúde. Aí comecei a me lanhar. Enfiei as unhas no corpo e comecei a me arrebentar. E começou a sair sangue”, relatou.

    Paulo Coelho diz acreditar que o Brasil vive hoje um clima aterrorizante parecido com o daquela época. “O Brasil vivia um clima de terror. Para o qual está se encaminhando eu acho agora. O Brasil está totalmente polarizado e eu acho que as coisas infelizmente estão caminhando para o mesmo clima de terror. Você já não diz o que pensa. Nem na família. Não é porque vão te prender, torturar ou bater. É porque as pessoas perderam completamente a capacidade de diálogo. Ou você é a favor, ou é contra. Não existe conversa”, explica.

    O escritor também deu informações sobre sua vida pessoal, carreira, música. Confira a entrevista com Paulo Coelho na íntegra: 

    Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta

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