O ex-presidente Michel Temer causou polêmica na última segunda-feira (17) ao citar o termo “golpe” para se referir ao processo de impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, durante entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura. A fala de Temer gerou muita repercussão e foi comentada principalmente pelos parlamentares de partidos aliados à ex-presidente. O deputado federal José Ricardo Wendling (PT) foi um dos que comentaram o caso em entrevista exclusiva ao Portal Projeta.
“Nós estamos denunciando desde o início que foi um golpe o afastamento da presidenta Dilma. Ela que não cometeu nenhum crime e até hoje não reponde a nenhum processo. É um absurdo o que aconteceu. Um rompimento do processo democrático do Brasil, em que a vontade da população foi desrespeitada, já que ela ganhou pela maioria dos votos, sem ter cometido crime eleitoral. E agora o Temer, vice-presidente, um dos artífices, articuladores e organizadores do golpe admite que realmente foi um golpe”, declara José Ricardo.
O deputado petista do Amazonas ainda ressalta que isso demonstra o quão frágeis são os poderes federais. “Portanto, a gente vê o absurdo que nós temos hoje no país em relação a fragilidade também das instituições que aceitaram: o Congresso Nacional, a Câmara, o Senado e o Supremo, que manteve esse absurdo”. E acrescenta: “Hoje nós temos no governo Bolsonaro um atraso, um retrocesso, um desmonte das estruturas públicas, causados por esse golpe”.
José Ricardo também acredita que o “golpe” é o principal responsável pelas recentes perdas de direitos trabalhistas. “Um golpe contra o povo, contra os trabalhadores, porque a partir do governo Temer foram tirados direitos trabalhistas, é terceirização total. E o governo Bolsonaro, com a reforma da Previdência, está reduzindo o valor das aposentadorias e pensões dos mais pobres. Um golpe contra o povo que é admitido agora por um dos organizadores do golpe que é Michel Temer”, enfatiza.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta