O governador do Amazonas, Wilson Lima, defendeu em entrevista à TV Estadão, em São Paulo, que os recursos frutos de acordos de cooperação internacional devem estar alinhados às políticas públicas para a região amazônica e não a ações pontuais. Ele disse, ainda, que é preciso aprofundar as discussões sobre o Fundo Amazônia, para que se encontre um caminho de consenso para que esse investimento, tão importante para a preservação dos recursos naturais da região, não seja perdido.
“Não adianta fazer investimentos em situações pontuais, temos que atacar a base, por exemplo, a questão da regularização fundiária talvez seja o maior problema da Amazônia. Hoje há áreas queimando que eu não tenho como responsabilizar alguém porque eu não há um título definitivo daquela terra, não sabemos quem é o dono. Às vezes há dúvida se aquela é uma área de preservação ambiental ou não e a gente precisa caminhar nesse sentido”, afirmou o governador.
Wilson Lima destacou que é necessário aprofundar a discussão sobre o Fundo Amazônia e ver de que forma os governos estaduais da região poderão tratar os acordos de cooperação internacionais.
“No Amazonas, nós temos uma parceria com o KFW, um banco alemão, feita diretamente com o Estado. Mas no momento em que tivermos uma definição sobre o Fundo Amazônia, vamos discutir esse desenho, inclusive, com os donos desse dinheiro, Noruega e Alemanha, para eles destinarem esses recursos para a Amazônia, se seria diretamente com os governadores, através de consórcio, se se criaria um fundo, a gente vai ter que desenhar isso aí. Lembrando que nós precisamos desses recursos sim, da Noruega, Alemanha e de outros países que queiram investir na Amazônia”, destacou.
O governador afirmou que o Estado do Amazonas tem feito a sua parte, no que diz respeito ao combate às queimadas e aos desmatamentos ilegais na região. “Nós temos uma equipe permanente de controle, assim que nós começamos a identificar os primeiros focos de calor, no início de agosto, eu determinei estado de emergência, já vislumbrando essa possibilidade do aumento das queimadas e montamos uma força-tarefa para trabalhar conjuntamente com o Ibama, com as prefeituras e alguns órgãos do Governo do Estado, como Secretaria de Meio Ambiente, Ipaam, que é o nosso órgão de fiscalização, e a Polícia Ambiental”.
Wilson Lima destacou, ainda, novas tecnologias que têm ajudado a identificar responsáveis por queimadas ilegais. “Lançamos também o sistema de monitoramento geoespacial, onde é possível identificar esses focos de queimada com imagens de satélite de até 10 metros de altura, casando com outras informações e monitoramentos para identificar o responsável pela aquela área e quem estaria queimando essa área e responsabilizando. Já começamos a mandar as notificações, prevendo multas, inclusive, prisões”, destacou o governador.