O engenheiro e economista Gustavo Henrique Moreira Montezano, atual secretário-ajunto da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento do governo, foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para ser o novo presidente do BNDES. Ele substituirá o economista Joaquim Levy, que se demitiu do cargo neste domingo, 16, após ser criticado publicamente por Bolsonaro.
Segundo a pasta comandada por Guedes, o nome de Montezano será encaminhado para deliberação do Conselho de Administração do BNDES.
– Comunico a indicação do economista Gustavo Montezano para a Presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). pic.twitter.com/q1prBa4QYS
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 17, 2019
Conheça
Gustavo Montezano é formado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e mestre em Finanças pelo Ibmec. Conforme o Ministério da Economia, ele tem 17 anos de carreira no mercado financeiro, trajetória iniciada como analista de ativos privados do banco Opportunity, no Rio de Janeiro.
Montezano foi sócio-diretor do banco BTG Pactual, em São Paulo, onde era responsável pela divisão de crédito corporativo, e atuou ainda como diretor de operações na ECTP, mais conhecida como BTG Commodities, em Londres.
Ao assumir o comando do banco de fomento, Gustavo Montezano terá demandas conhecidas de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes a atender. O presidente pressiona o banco pela “abertura da caixa-preta” dos empréstimos a países como Venezuela, Cuba e Angola nos governos do PT, uma promessa de campanha; e a devolução de recursos ao Tesouro, como quer o ministro.
O antecessor de Montezano, Joaquim Levy, pediu demissão neste domingo, um dia após Jair Bolsonaro dizer que estava “por aqui” com o presidente do BNDES.
Além da não abertura da “caixa-preta”, Bolsonaro ficou contrariado com a indicação do advogado Marcos Barbosa Pinto à diretoria de Mercado de Capitais do banco e declarou que demitiria Levy se ele não voltasse atrás na escolha. Barbosa ocupou cargos no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o próprio Joaquim Levy, que foi secretário do Tesouro entre 2003 e 2006. O ex-presidente do BNDES ainda ocupou o Ministério da Fazenda de janeiro a dezembro de 2015, no governo Dilma Rousseff.
“Governo tem que ser assim, quando bota gente suspeita em cargos importantes. E essa pessoa, como o Levy, vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio já tem algum tempo”, declarou o presidente.
Diante das declarações de Bolsonaro, Levy pediu demissão a Guedes. Em mensagem divulgada ontem, ele anunciou que deixaria o cargo e agradeceu aos diretores e funcionários do banco de fomento.