sexta-feira, dezembro 20, 2024
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    Chega a 55 o número de mortos em presídios de Manaus

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    O governo do Amazonas confirmou que mais 40 detentos foram assassinados em quatro presídios de Manaus na segunda-feira (27). As mortes ocorreram menos de 24 horas depois de outros 15 morrerem no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no domingo (26). Ao todo, o número de mortos no sistema prisional chega a 55.

    De acordo com a secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), as mortes ocorreram no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), 25 mortos, no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1), 5 mortos, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), 4 mortos, e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), 6 mortos.

    Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Louismar Bonates, o motim de domingo começou durante o horário de visita de familiares e foi motivado por conflitos entre organizações criminosas. No Amazonas, o controle do tráfico de drogas é disputado principalmente pelas facções FDN (Família do Norte) e a rival PCC (Primeiro Comando da Capital).

    “Houve um confronto entre dois grupos organizados de dentro do presídio, que têm conflitos e aproveitaram o momento da visita de familiares para fazer essa tomada”, explicou Bonates, que negou que os visitantes tenham sido feitos reféns.

    “A atual administração está incentivando o sistema de trabalho para redução de pena e muitos presos vêm aderindo. Isso parece estar incomodando as lideranças e pode ser a causa desse conflito”, justificou o secretário.

    Com a confirmação de novas mortes nos presídios, familiares de detentos foram até a estrada que dá acesso às unidades e protestaram contra a falta de informação e a insegurança dentro das cadeias, chegando a fechar a rodovia BR-174, que em seguida foi liberada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

     

    Parentes de presos bloqueiam a entrada de uma prisão em Manaus (AM). (Foto: Reuters/Sandro Pereira)

    No domingo, os presos morreram asfixiados ou golpeados com “estoques”, armas brancas artesanais improvisadas, no caso, com escovas de dente.

    Medidas

    O governador Wilson Lima (PSC), conversou com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, na tarde de segunda-feira (27), e assegurou auxílio do Governo Federal para as unidades prisionais do estado, com reforço da Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP).

    O governo estadual reforçou a segurança em todos os presídios do estado. O GIP, grupo ligado ao Batalhão de Choque da Polícia Militar, passou a revistar e recontar presos em todas as unidades prisionais. Segundo Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Amazonas, “a situação está controlada e todos os presos estão na tranca”.

    A secretaria informou ainda que medidas disciplinares semelhantes às adotadas no Compaj, onde as visitas foram suspensas, devem ser adotadas nas demais unidades onde foram registradas mortes. Um inquérito será instaurado para investigar as mortes dos detentos dentro dos presídios.

    O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse nesta terça-feira (28) que o governo federal vai oferecer vagas em presídios federais para mandantes de massacres em presídios de Manaus. Nove detentos do sistema prisional do Amazonas devem ser transferidos para presídios federais até o fim desta semana, segundo o governador Wilson Lima.

    No Ano Novo de 2017, Manaus protagonizou a morte de 59 detentos no Compaj —até então, o maior massacre de presos desde o Carandiru, em 1992.

    *Com informações da Folha de São Paulo

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