Levar educação indígena para a etnia Hupdá, no Amazonas, foi colocado em pauta durante encontro junto a Secretaria de Governo da Presidência da República (Segov). A meta é incluir o grupo, que sofre de vulnerabilidade social, até o fim de 2019.
O assunto foi levado ao governo federal pela deputada Dra. Mayara Pinheiro (PP) e pelo diretor do Instituto de Filosofia da Ufam, professor Nonato Pereira, durante reunião na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para discutir a inclusão indígena nas políticas públicas.
Durante a reunião, Nonato Pereira falou sobre o trabalho desenvolvido em São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro. Nos municípios, 342 indígenas estudam com material próprio, produzido pela universidade conforme o idioma falado e escrito por cada povo.
“Além da formação de profissionais principalmente na educação e de ampliar os recursos humanos nas escolas, tem o resgate da autoestima porque o indígena conhece mais sobre o universo onde vive, por meio da linguagem”, explicou o professor ao ressaltar que, em todo o Amazonas, são pelo menos 120 tipos de linguagem indígena.
Viabilidade do projeto
O custo para incluir os Hupdá no programa é de R$ 2,8 milhões. Os maiores gastos são com gasolina e alimentação dos alunos, conforme o projeto apresentado ao governo federal.
A deputada Mayara reforçou a necessidade de trabalhar a distribuição dos recursos federais para a educação de índios amazonenses, que somam cerca de 183 mil, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Nós representamos vinte por cento da população indígena do País e muitos moram em comunidades distantes e de difícil acesso. Precisamos fazer com a educação chegue a estes locais, fortalecendo a identidade dos povos”, afirmou Dra. Mayara.
O diretor do Departamento de Relações Político-Sociais da Segov, coronel Marco Coutinho, informou que o governo está primeiro conhecendo as demandas específicas da região, para depois trabalhar ações direcionadas à educação e verificar o remanejamento de recursos para a área.
Coutinho salientou ainda que uma visita a São Gabriel da Cachoeira deve ser programada para Maio, para que a pasta entenda um pouco mais sobre a questão.