Rômulo Sousa é jornalista pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Quando repórter, fez a cobertura do saudoso “Amazonas Film Festival”, um divisor de águas na carreira do então estudante. Acompanhar o audiovisual da região acendeu nele um desejo: também faria parte da cena no Amazonas.
Como “presságio”, resultado de força de vontade, profissionalismo e talento, o jornalista estreou o seu primeiro curta-metragem em Manaus.
Mas não foi tudo da noite para o dia. O interesse pelo audiovisual foi despertado ainda na graduação, entre aulas de cinema, fotografia e outros temas transversais à realidade. Pela Universidade Federal, o jovem cineasta já mostrava habilidade e se destacava com certa facilidade.
Ao concluir a faculdade, Rômulo Souza saiu do “amadorismo” e se lançou a produzir seu primeiro documentário. Intitulado “Personas”, o curta mergulhou na história e processo criativo do renomado artista e pesquisador do Amazonas, Otoni Mesquita.
‘Vila Conde’
A passos atentos e firmes, Rômulo seguiu pelos “degraus” do mundo audiovisual até a estreia do “Vila Conde”, seu primeiro curta-metragem. A estreia ocorreu neste fim de semana, durante o Festival “Mostra Norte 2”.
O filme conta a história de dois amigos de juventude que se reencontram depois de muito tempo. Pedro é aposentado e dono de uma vila, enquanto Ricardo é um político conhecido na cidade. Durante a conversa, Pedro faz um convite que deixa Ricardo sem reação.
“Ao mesmo tempo que retrata personagens bem brasileiros. Eu pretendia contar uma história baseada em pessoas da vida real e que tivesse um tema que eu me identificasse”, disse Rômulo sobre o curta.
Quanto ao processo de produção, ele explica que tem sido feito de maneira “experimental”.
“Estou aprendendo a fazer filmes e queria pôr em prática várias ideias voltadas para o cinema. Uma das coisas que mais gostei foi ver os atores de verdade compondo e entrando nos personagens, coisa que eu ainda não havia experimentado. Essa pra mim é a melhor parte do cinema”, relatou.
Primeiro passo
Ao Projeta, Rômulo disse que considera o “Vila Conde” como um trabalho de prática.
“Aproveitei a oportunidade de gravar um curta dessa forma, com atores, independente, sem orçamento, quis praticar técnicas narrativas, de ângulos, ritmo, questões técnicas e criativas de uma história que desenrola frente às câmeras”, explicou.
De maneira modesta, o jornalista descreve seu atual momento no audiovisual.
“Não sou um diretor profissional, não tem glamour. Não sou um autor, que tem controle criativo sobre tudo. Eu me viro com o que sobra. É o primeiro passo e eu olho muito positivamente. Os atores não vivem disso, nem eu, ninguém ganha nada com isso. É uma coisa que a gente fez no nosso tempo livre”, completou.