O presidente Bolsonaro assinou um decreto restringe funções, cargos e gratificações na administração federal, ao todo, foram 21 mil vagas eliminadas sendo 65% delas na educação superior do país.
No anúncio do Diário Oficial da União foram 13.710 cortes entre cargos de função comissionada em coordenação e direção de cursos.
Em nota, a Universidade Federal do Amazonas declarou através do Departamento de Estruturação e Processos Institucionais (DEPI/PROPLAN) que é preciso aguardar novas normativas do Governo sobre o assunto e que está trabalhando no acompanhamento das funções gratificadas distribuídas na UFAM e na análise dos impactos na estrutura organizacional.
Segundo análise da professora Ana Cristina Martins, docente da UFAM, a medida tem sido interpretada pela classe como uma maneira de enxugar os custos. “A gente sabe que no campo educacional, no processo de formação do aluno, isso ocasiona turmas lotadas, as aulas viram palestras e não tem bom aproveitamento, o professor não tem condições de fazer aulas dinâmicas, fora essa precarização do volume de avaliações e planejamento” conta Ana.
Com o corte, as funções gratificadas são eliminadas antes mesmo de algumas instituições serem criadas, o que também é sentido como alarmante para os profissionais da educação. “Que sentido tem a publicação que extingue funções de coisas que ainda nem começaram a funcionar? É lógico que isso nos afeta a curto e longo prazo”, aponta a professora.
Depois do congelamento de 20 anos dos gastos públicos feitos pelo governo Temer tem se tornado cada vez mais difícil acreditar que os professores se disponham a assumir cargos administrativos dentro das instituições, segundo Ana, isso inviabiliza uma das funções primordiais do ensino público. “As gratificações que permanecerem vão passar 20 anos sem aumento e algumas serão extintas, isso compromete pesquisa e extensão dentro da Univesidade”, finaliza.