Quatro pessoas morreram na última semana no Amazonas vítimas da Influenza A, transmitida pelo vírus H1N1. Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), já são 104 casos registrados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. Por conta disso, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) reforçou as unidades de atendimento com 49 mil cápsulas de antiviral. Os casos fizeram ainda a prefeitura de Manaus solicitar o adiantamento da campanha contra a gripe na capital.
Conforme o Boletim Epidemiológico de Vigilância de Síndrome Gripal, dos 104 casos de SRAG registrados, 27 foram positivas para Influenza A (H1N1), em jovens e adultos, e 18 casos positivos para Vírus Sincicial Respiratório (VRS), em crianças menores de dois anos.
Ainda segundo Boletim da FVS, das quatro mortes, duas foram em Manaus e as outras em Manacapuru e Parintins. O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-FVS) confirmou que o agente etiológico nos casos de óbito foi Influenza A, transmitida pelo H1N1.
Em todos os casos de morte, segundo a Susam, os pacientes procuraram o serviço de saúde tardiamente. A próxima campanha contra a gripe está prevista para abril.
Antecipação da campanha
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, está solicitando ao governo federal a antecipação da Campanha Nacional Contra a Gripe para o início do mês de março e não em abril. O prefeito quer também que as vacinas sejam antecipadas para a capital.
O prefeito deve enviar, por intermédio do senador Plínio Valério (PSDB/AM) e por ofício ao Ministério da Saúde, a solicitação de mais vacinas para aplicar nos grupos de risco.
Período propício para a doença
O período sazonal da gripe e das síndromes respiratórias agudas no Amazonas costuma acontecer no início do ano, com intensificação das chuvas. Conforme o boletim da FVS, começou a ser notificado, a partir da segunda semana de fevereiro um aumento de cerca de 50% no atendimento de casos de síndrome gripal na rede de urgência e emergência da Secretaria de Estado de Saúde (Susam).
De acordo com a presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto, o vírus H1N1 tem alta transmissibilidade, por isso preocupa. O vírus H1N1 circulou no segundo semestre do ano passado, nas regiões sul e sudeste do país, e, normalmente, esses vírus circula no norte e nordeste no semestre seguinte, segundo ela.
Rosemary afirma que a medicação contra a H1N1 tem maior eficiência terapêutica quando ministrada durante as primeiras 48 horas de apresentação dos sintomas da doença.
Sobre a influenza
Considerada uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, caracterizada por febre alta de início súbito, acompanhado por intensas dores musculares e articulares, dor de cabeça, dor de garganta e coriza.
A gripe é transmitida pessoa a pessoa, ao falar, tossir, espirrar, principalmente, e pelas mãos que transmitem o vírus por contato direto ou contaminando superfície e objetos. Portanto, a FVS recomenda a lavagem frequente das mãos, o uso de álcool gel, evitar aglomerados e evitar a exposição de menores de cinco anos ao clima chuvoso.
Faixa de risco
Na faixa de risco estão bebês, idosos, pessoas com doenças crônicas, grávidas, mulheres até 45 dias após o parto, trabalhadores da saúde, profissionais da educação, povos indígenas, pessoas privadas de liberdade e profissionais do sistema prisional.
A meta da campanha no ano passado era vacinar 90% desse público, mas algumas faixas – gestantes, menores de dois anos e profissionais de saúde – não atingiram a cobertura vacinal necessária. Foram vacinadas, durante a campanha, 810.093 pessoas com cobertura vacinal de 87,2%.