Manaus (AM) – O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas faz na próxima terça-feira (11), um balanço de dois anos de atuação na Operação Maus Caminhos e seus desdobramentos.
Na ocasião, o procurador da República Alexandre Jabur, responsável pela atuação do MPF no caso, lançará hotsite da Operação Maus Caminhos, em alusão ao Dia Internacional de Combate à Corrupção, 9 de dezembro.
O hotsite reunirá informações, documentos, dados numéricos acerca da atuação, ações judiciais e medidas extrajudiciais adotadas no combate sistemático à corrupção e na responsabilização dos envolvidos no caso, um dos maiores esquemas de corrupção já revelado no Amazonas.
O procurador-chefe do MPF no Amazonas, Edmilson Barreiros, também participa da coletiva e falará sobre os esforços empreendidos pela instituição para otimizar é priorizar o combate à corrupção em todo o país e sobre as parcerias institucionais locais firmadas nos últimos anos com o objetivo de desburocratizar o acesso a dados importantes para a investigação entre órgãos públicos e entidades.
A operação
m 2016, a Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que desviava recursos públicos por meio de contratos firmados com o governo do estado para a gestão de três unidades de saúde em Manaus, Rio Preto da Eva e Tabatinga, feita pelo INC, instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC. A apuração indicou o desvio de pelo menos R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
As operações Custo Político, Estado de Emergência e Cashback, desdobramentos da Operação Maus Caminhos, mostraram, ainda, o envolvimento de agentes públicos, políticos da alta cúpula do Executivo estadual, entre eles o ex-governador José Melo, e pessoas ligadas a agentes públicos em um esquema de propina criado para acobertar e colaborar com os desvios feitos pelo grupo que geria as unidades de saúde, liderado pelo médico Mouhamad Moustafa.
*Com informações da assessoria
Foto: BNC