Manaus (AM) – O governador Amazonino Mendes (PDT) vai deixar para sucessor, o governador eleito Wilson Lima (PSC), um estado sem capacidade de investimento e no limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em relação aos gastos com a folha de pagamento.
A situação ocorre desde 2015 ficando fora do limite apenas no segundo quadrimestre de 2017.
A informação parte de dentro do próprio governo. Nesta sexta-feira (23), o diretor de Contabilidade da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Luiz Otávio, também alertou para a baixa capacidade de investimento do Estado e disse que o Amazonas pode enfrentar uma crise semelhante a do Rio de Janeiro caso medidas não sejam adotadas.
Em 2016, o Rio enfrentou grave crise econômica que resultou no atraso do pagamento de servidores, escolas e unidades de saúde fechadas, recursos insuficientes para segurança, aumento significativo da criminalidade, entre outros. “O risco é real se nada for feito”, disse.
Auditoria
Para o presidente da Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Josué Neto (PSD), há necessidade de analisar e enxugar os gastos com a máquina e com a folha de pessoal do Governo do Estado para que, diante de uma dificuldade financeira, o orçamento do Estado não seja comprometido. “Hoje nós atingimos o limite prudencial e não é recomendável trabalhar nesse limite, porque a qualquer problema que haja na economia, que diminua a arrecadação, esse percentual sobe drasticamente”, afirmou.
O deputado explicou que o objetivo não é “fazer uma caça às bruxas” ou “apontar culpados”. “Pode haver algumas situações na folha de pagamento do estado que mereça a auditoria para que a gente possa diminuir os gastos. Não é caça às bruxas, não é inquisição e não é endemonização de qualquer situação, é o sentimento dos técnicos da Sefaz e dos deputados que o encaminhamento vá em direção a uma auditoria da folha”, disse.
“Nesses doze anos que sou deputado eu sempre ouvi sobre a necessidade de realizar a auditoria da folha e isso nunca foi feito, infelizmente. É algo que esta casa pode contribuir como sugestão ao próximo governador”, afirmou Josué Neto.
Da redação com informações da assessoria
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