Nesta terça-feira (27), a Conexis Brasil Digital, entidade que congrega as empresas do setor de telecomunicações, divulgou que o furto de cabos de telecomunicações registrou um aumento de 15% em 2023. De acordo com os novos dados, o volume passou de 4,7 milhões de metros em 2022 para 5,4 milhões no último ano.
De acordo com a Conexis Brasil, a quantidade de cabos furtados seria suficiente para percorrer a distância entre Fortaleza, no Brasil, e Lisboa, em Portugal, que estão a 5,7 mil quilômetros de distância entre si.
As ações criminosas relatadas pela entidade tiveram impacto direto em 7,6 milhões de pessoas em todo o Brasil, deixando-as sem acesso aos serviços de telefonia e internet. O furto de cabos não apenas prejudica operações comerciais, mas também impede o acionamento de serviços públicos essenciais, como polícia, bombeiros e emergências médicas.
Furto de cabos em cada estado
Ao analisar a distribuição do furto de cabos por estados, São Paulo destacou-se como o mais afetado pelas ações criminosas, com um aumento de 40%, totalizando 1,45 milhão de metros subtraídos em 2023. O Paraná ficou em segundo lugar, registrando uma queda de 6% em comparação com 2022, com 955,2 mil metros de cabos furtados. A Bahia ocupou o terceiro lugar, com um aumento de quase o triplo em relação a 2022, totalizando 635.757 metros de cabos furtados.
Minas Gerais e Rio Grande do Sul ocuparam, respectivamente, o quarto e o quinto lugar na lista, com 505.541 metros e 368.769 metros de cabos furtados. O Rio de Janeiro, que anteriormente enfrentava altos índices de furto, caiu para a décima posição em 2023, registrando uma redução significativa de 50%.
O que pode ser feito
Segundo a Conexis Brasil, é necessária uma ação coordenada de segurança pública entre o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto em nível federal como em nível estaduais e municipais, para enfrentar o furto de cabos de telecomunicações. A entidade defende a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas e ajudem a coibir as ações criminosas.
O setor também pede a punição de empresas que comprem equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime.