Uma nova onda de preocupação se aproxima da Zona Franca de Manaus (ZFM), e o nome dela é Bernard Appy. O economista, que foi ministro da Fazenda interino no Governo Dilma, foi anunciado para ocupar o cargo de secretário especial do governo Lula (PT). A indicação foi feita por Fernando Haddad, que ocupará o cargo de ministro da Fazenda na nova gestão.
A pasta em que possivelmente Appy será designado tem ligação direta com a economia do Amazonas, especialmente em se tratando da Zona Franca, já que cuidaria de perto da reforma tributária.
Em 2019, Appy apresentou uma proposta em que defendia o fim do modelo Zona Franca de Manaus. De acordo com os argumentos utilizados no documento, o motivo seria o alto custo tributário da indústria amazonense para o Brasil.
A ideia do economista era substituir a Zona Franca por um fundo de desenvolvimento regional como forma de compensar o fim dos incentivos fiscais do modelo econômico do Amazonas.
A nomeação de Bernard Appy, se confirmada, acende um alerta para o Polo Industrial de Manaus (PIM).
De acordo com a economista Denise Kassama, parte dos que criticam e querem mudar o modelo de funcionamento da ZFM, não conhece o seu real funcionamento.
“Um exemplo disso é o polo de concentrados, que todo mundo ataca e diz que as empresas têm um lucro fabuloso, mas ninguém presta atenção que o polo de concentrados é o único segmento do PIB que gera renda no interior”, esclarece Kassama.
Para a especialista, seria fundamental que pessoas como Bernard se aprofundassem no tema Zona Franca de Manaus, até mesmo pela necessidade de reduzir a dependência da econômica amazonense no modelo.
“Hoje, se realmente alguém mudar, seria catastrófico para a economia do estado”, finalizou a economista.
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