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    Produção industrial cai e leva junto motos e eletros da ZFM

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    Só os produtos da “linha branca” caíram 11,8%

    Em junho de 2022, a produção industrial nacional variou 0,4% negativo frente a maio deste ano. Em relação a junho de 2021, a indústria recuou 0,5%.

    Já no primeiro semestre do ano, a indústria acumula queda de 2,2% e em 12 meses, 2,8%.IBGE

    Os dados da produção industrial brasileira foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    Entre as contribuições negativas relevantes, segundo o instituto, estão segmentos do polo industrial de Manaus, como equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

    Esses setores, com fatias significativas do faturamento da indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM), tiveram redução de 2,8%.

    No setor de bens de consumo duráveis, embora tenha avançado 2,3% neste junho, os principais impactos negativos vieram da menor produção de eletrodomésticos das linhas “branca” (-11,8%) e “marrom” (-9,2%).

    Houve ainda recuos em motocicletas (-3,8%) e outros eletrodomésticos (-36,7%), segundo o IBGE.

    Embora tenha revisado para cima as projeções de 2022 para a fabricação de motocicletas – perspectiva de produzir 1.320.000 unidades nas fábricas do polo industrial da ZFM, volume 10,5% superior à produção do ano passado – a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) confirma o recuo do setor.

    Em junho, 101.695 motocicletas saíram das linhas de montagem, queda de 21,6% na comparação com maio (129.781 unidades) e de 3,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (105.450 motocicletas).

    “A retração já era esperada devido ao início das férias coletivas. As fábricas aproveitam essa parada para realizar as manutenções e os ajustes necessários em suas linhas de montagem”, disse o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

    Tendência de alta

    Por outro lado, o executivo também aponta os fatores pelos quais a associação elevou a expectativa de produção de motocicletas na ZFM.

    “As unidades fabris retomaram o ritmo das linhas de montagem e registram crescimento sustentável durante o primeiro semestre. Somado a isso, temos um mercado com tendência de alta, com o avanço dos serviços de entrega (delivery), o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, além do fator aumento dos preços dos combustíveis”.

    Fatores de preocupação

    Com a nova previsão, o segmento de motocicletas deve ficar próximo aos patamares alcançados em 2014. Naquele ano, foram produzidas 1.517.662 unidades.

    “Mesmo com o aumento da expectativa de produção, seguimos atentos às diversas variáveis que poderão impactar negativamente o mercado, como a alta da inflação e o aumento da taxa de juros que reduzem bastante o poder aquisitivo da população. Além disso, estamos num ano eleitoral e, como acontece sistematicamente, isso gera muito estresse no mercado”.

    Eletroeletrônicos

    O setor de eletrônicos, conforme o IBGE, também teve perdas significativas no primeiro semestre de 2022.

    De acordo com o presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Jorge Júnior, neste ano há uma retração de 24% em comparação com 2021.

    “Devemos contabilizar nesses resultados atuais o cenário macroeconômico desafiador do momento, caracterizado por alta inflacionária, taxas de juros elevadas, variação cambial acima do desejável e elevado custo de produção”.

    Segundo dados da Eletros, o segmento de ar-condicionado, entre janeiro a maio de 2022, teve retração de 36% principalmente pelo efeito climático La Niña (3,7 milhões).

    Já os televisores, que tiveram alta aquisição no auge da pandemia – 4,65 milhões em 2020 – tiveram queda de 19% no primeiro semestre de 2022.

    No entanto, há uma boa perspectiva de recuperação no segundo semestre por conta da Copa do Mundo do Qatar, black friday e Natal.

    Linha branca e portátil

    Os produtos da “linha branca” que são produzidos na ZFM – fogões, geladeiras e lavadoras de roupas – no acumulado até maio deste ano também teve retração de 24% em relação ao mesmo período de 2021.

    “Segmento fortemente impactado pela pressão inflacionária, altas taxas de juros e elevado custo de produção”, disse José Júnior.

    Da mesma forma, toda a linha portátil – secador de cabelo, chapinhas de cabelo e escova rotatória – que teve alto consumo de itens domésticos durante a pandemia, reduziu em 17% se comparado a 2021.

    “Apesar desses números, a indústria nacional de eletroeletrônicos e eletrodomésticos continua acreditando no país, investindo para oferecer aos consumidores mais comodidade por meio de produtos inovadores, sustentáveis e acessíveis”, afirmou o dirigente da Eletros.

    Leia mais:
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