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    Porto de lenha tu nunca serás… Oulu

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    Por León Santiago

    Se manauara, possivelmente a música que introduz o tema do artigo é conhecida.
    Uma sátira encharcada de comparações de duas cidades, que como o próprio poeta
    denota, tornam-se “tão próximas e tão distantes”.

    De uma realidade a outra, observamos os pontos de destaque do paralelo de porto de
    lenha (Manaus) e da cidade finlandesa Oulu – lugar sede da empresa Nokia – de
    antemão deixo que os créditos comparativos entre a poesia e a realidade científica
    pertencem a brilhante Engenheira e escritora – por excelência – Mariana Afonso , que
    em sua pesquisa sobre a evolução da Covid – 19 escreveu o artigo – o qual sugiro a
    leitura –“porto de lenha tu nunca serás… Seoul” , a rima pobre é pura coincidência do
    acaso.

    O nível de consciência sobre o futuro das cidades ou sociedades industriais da Zona
    Franca de Manaus insiste a ser inócuo. As avaliações sobre o desenvolvimento do
    século 21 na Zona Franca são preocupantes e as experiências internacionais sobre o
    fetiche industrial não traz alegria.

    Em agosto de 2015, Denis Minev, bacharel em Economia por Stanford e Atual Diretor-
    Presidente da Bemol escrevia sobre sua preocupação à sociedades industriais
    complacentes, seus comentários sobre o nível de consciência ainda não atingido pela
    Zona Franca, parece ser tão atual que poderia ter sido escrito amanhã de manhã e teria
    a mesma relevância de dados de quando foi escrito.

    Não importa se nos Estados Unidos em Baltimore, Cleveland, Pittsburgh e Detroit ou
    no Reino Unido de Glasgow e Manchester, o resultado do fetiche industrial não teve
    boas notícias.

    Enquanto cidades que se diversificaram no ramo de serviços, como é o exemplo da
    magnificência da transformação econômica londrina, tiveram prosperidade, a
    decadência econômica que custou empregos e até vidas das industriais é realidade; e
    ainda concluo com a triste constatação realizado por Minev: “não houve nenhum caso
    (NENHUM) de cidade predominantemente industrial que tenha prosperado em meio à
    transformação econômica“.

    Disc: Mas acredite, tem candidato a prefeito dizendo que a Zona Franca “se mostra
    ainda atual”. O Brasil de fato não é para amadores. Mas, Manaus? Nem profissionais.

    O caso de Oulu na Finlândia, é um exemplo a ser no mínimo contemplado, o
    desenvolvimento da cidade finlandesa era quase que 100% baseado na empresa Nokia, muitos dos comitês econômicos internacionais julgavam isso a ser uma grande
    problemática.

    O que pouquíssimo se avaliava era os arredores de Oulu, institutos técnicos, institutos
    de pesquisa, escolas… tamanho ecossistema educacional para uma Oulu do século 21.
    Em meados de 2012, acontecia a derrocada da Nokia; sua “falência” e a preocupação
    mundial voltada para Oulu. Mas Oulu, não era uma cidade qualquer.

    O capital humano, científico e educacional gerado em torno da Nokia foi tanto que
    após a falência da multinacional, nascia um “ecossistema start-up” imenso,
    surpreendendo o mundo e trazendo um desenvolvimento econômico e social jamais
    visto. Obviamente não foi a falência da empresa que trouxe esse ecossistema, mas o
    que foi feito e aproveitado em momentos de pujança da cidade.

    A pergunta que encerro é: o que faremos para a Manaus que queremos?
    – A Manaus – Detroit/Glasgow? Ou a Manaus – Oulu?

    Precisamos nos libertar de modelos mentais que permearam as cidades industriais
    decadentes para um modelo que nos permita nos desenvolver e aproveitar os recursos
    – mesmo que escassos – que ainda possuímos. Meu objetivo aqui não é um
    pessimismo trovadoresco, mas um alarme para mudança dos rumos para os próximos
    líderes de Manaus.

    As opiniões expressas neste artigo não representam necessariamente opiniões do Portal Projeta*

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