Uma nota assinada por 68 filiados, lideranças e dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), publicada na noite desta quarta-feira, dia 6, repudia voto do presidente regional da sigla, Sinésio Campos, em projeto aprovado de manhã pela Assembleia Legislativa do Estado (ALEAM).
O texto, assinado por 21 parlamentares, permite que igrejas e outros templos religiosos voltem a funcionar, apesar da pandemia, que hoje registrou, disparado, recordes de novos casos e de mortes no estado.
A nota, que tem a assinatura do ex-senador João Pedro e do deputado federal José Ricardo, por exemplo, diz que o parlamentar do partido desrespeitou recente resolução da direção nacional do PT e ignorou recomendações da ciência para preservar vidas durante a pandemia do novo coronavírus.
“Essa decisão vai de encontro a Resolução Nacional do PT, que defende primeiro as pessoas e depois a economia, esse voto, está em desacordo com o Partido dos Trabalhadores em nível nacional e no Estado do Amazonas, nós filiados e filiadas apoiamos a decisão do PT Nacional”, condena a nota.
O documento também diz que há muito tempo as posições do presidente do partido, como deputado, incomodam os membros da legenda. Eles citam os votos dele em favor de mineração em terras indígenas e pelo impeachment do governador Wilson Lima (PSC).
“As manifestações do deputado, há tempos, estão incomodando os filiados e filiadas através dos votos na Assembléia Legislativa/ALEAM, primeiro foi com a defesa a favor da mineração em terras indígenas, a favor do impeachment do atual governador e agora por último, a votação para reabertura de Igrejas e Templos no Amazonas em pleno período de pandemia do coronavírus”.
Leia a nota na íntegra clicando aqui
A reportagem é do BNC AMAZONAS, que informou ter procurado Sinésio Campos, mas não conseguiu obter resposta do parlamentar.
Sobre a votação
O Projeto de Lei n°136 é de autoria do deputado estadual João Luiz (Republicanos) e foi aprovado por 21 deputados. Serafim Corrêa (PSB) e Dermilson Chagas (sem partidos) foram os únicos votos contrários à matéria.
A redação do projeto de lei justifica que as atividades desenvolvidas pelos templos religiosos se mostram essenciais, principalmente durante os períodos de crises, pois, além de toda a atividade desenvolvida inclusive na assistência social, o papel dessas instituições impõe atuação com atendimentos presenciais que ajudam a lidar com as emoções das pessoas que passam por necessidades e enfrentam momentos difíceis.
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*Reportagem do BNC Amazonas