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    Um ano após tragédia em Brumadinho, moradores convivem com adoecimento mental

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    No próximo dia 25, a tragédia da mineradora Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, completa um ano. Após o imenso mar de lama que destruiu casas da região do Córrego do Feijão e matou mais de 270 pessoas, os moradores da cidade ainda convivem com o adoecimento mental de parte da população. Um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde constatou que o uso de ansiolíticos aumentou quase 80% no município em comparação com 2018.

    O diagnostico do município também demonstrou, além do aumento do consumo de antidepressivos e ansiolíticos, que houve crescimento do número de suicídios e de tentativas de autoextermínio e a elevação do afastamento entre profissionais de saúde. Em entrevista ao G1, o secretário de Saúde Júnio Araújo informou que “a tragédia, esse crime, fez com que despertasse um movimento mental que tem adoecido as pessoas. Sensivelmente, é perceptível o adoecimento mental de grande parte da população”.

    Em 2019, o uso de antidepressivos cresceu 56% e o de ansiolíticos aumentou 79% em comparação com 2018. Os casos de suicídio passaram de 1 para 5, sendo 3 no município e dois na região, conforme a assessoria da Prefeitura de Brumadinho. Já as tentativas de autoextermínio saltaram de 29 para 47. O secretário de Saúde  acredita que esse último número possa ser ainda maior. “Quando a tentativa do autoextermínio não chega a êxito, a família, a própria pessoa tem vergonha de procurar o serviço [de saúde]. Dentro da família, eles tentam esconder e só vão à unidade de saúde quando a situação é mais gravosa”, explica.

    O aumento do adoecimento dos profissionais da saúde, principalmente no campo da enfermagem, também foi notório. Em 2019 foram cerca de 100 afastamentos contra aproximadamente 15 em 2018. O secretário Júnio Araújo diz, ainda, que, após a tragédia, a Prefeitura precisou aumentar o número de funcionários da área da saúde e avalia que a quantidade de profissionais é suficiente. “No geral, nós tínhamos 790 trabalhadores no SUS antes do rompimento da barragem. Hoje nós estamos com 1.190 trabalhadores”, contou ao G1.

    Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta*
    *Com informações do G1

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