sábado, dezembro 7, 2024
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    Filme biodegradável de fécula do cará promete reduzir uso de plástico na Amazônia

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    O plástico leva pelo menos 100 anos para se decompor, isso inclui sacolinhas de plástico e até mesmo o filme de PVC, utilizado para embalar diversos alimentos. Pensando nos impactos ambientais causados pelo descarte inadequado deste tipo de material, uma dissertação de mestrado do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), desenvolveu um filme biodegradável inédito feito da fécula do cará, matéria-prima de fácil acesso no estado.

    O projeto teve início ainda em 2017, quando a aluna de pós-graduação Ana Cecília Nina Lobato enxergou no cará uma possibilidade de aperfeiçoar a elaboração de materiais biodegradáveis. A película foi criada para substituir os plásticos sintéticos, feitos com polímeros derivados de petróleo, comumente utilizados para embrulhar alimentos. Existe, também, a expectativa de que o material seja aproveitado para fabricação de canudos biodegradáveis.

    O material é feito por meio da mistura de água, amido e pequena concentração de glicerol. O filme é flexível, comestível, resistente e pode apresentar várias espessuras. O ideal, é que não seja reutilizável, visto que se degrada num curto período de tempo em condições de temperatura ambiente. Quando descartado, o material leva cerca de dois meses para se dissolver, sem risco à natureza ou aos seres vivos. Antes de atingir o ponto firme, o filme também pode ser utilizado como revestimento para cobrir frutas e aumentar a sua durabilidade.

    Para se chegar ao resultado considerado ideal para conclusão da pesquisa, vários testes foram feitos com diferentes tubérculos, como inhame e batata-doce, mas, segundo a pesquisadora e orientadora do INPA, Francisca do Amaral Souza, o produto que mais se destacou para este fim foi o cará roxo.

    Por se tratar de um produto comestível, foi constatado que o biofilme manteve grande parte das propriedades nutritivas do cará roxo, que é rico em minerais, possui alto valor energético e contém diogenina em sua composição (fito-hormônio que auxilia na prevenção de doenças, redução de peso e regulação hormonal). A pesquisa concluiu também que o aproveitamento da fécula na forma de biofilme detém grande potencial tecnológico e nutricional, mostrando-se como uma alternativa promissora para a cultura.

    Ainda não há uma previsão de lançamento do biofilme no mercado. O produto está em fase de patenteamento e posteriormente será colocado à disposição das indústrias interessadas na produção em grande escala, tanto nos formatos mais espessos, como em gel.


    Por Cíntia Ferreira,
    *com informações do G1

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