De acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no mês de setembro o número de famílias endividadas aumentou, se comparado com os meses anteriores: 65,1% das famílias entrevistadas relataram ter dívidas, contra 64,8% em agosto e 60,7% em setembro de 2018. Foi o maior resultado desde julho de 2013, o terceiro maior patamar da série histórica e é a nona alta seguida do indicador que mede o endividamento dos brasileiros.
O percentual de famílias que relataram ter contas ou dívidas em atraso passou de 24,3% em agosto, para 24,5% em setembro. Houve aumento também em relação a setembro de 2018, quando o índice era de 23,8%. Na faixa de menor renda, o percentual cresceu de 27,4% em agosto para 27,6% em setembro. Em contrapartida, no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o número de inadimplentes teve uma pequena queda em setembro (10,8%) em relação a agosto (10,9%).
Das famílias entrevistadas, 9,6% declararam que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso. Em agosto o índice foi de 9,5%. Em setembro de 2018, entanto, o registro foi maior: 9,9%. O cartão de crédito ficou em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida, sendo apontado por 79,5% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,5%) e financiamento de carro (9,7%).
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar do aumento nos atrasos, as famílias brasileiras se mostraram, na comparação anual, mais otimistas em relação à capacidade de pagamento: “A perspectiva de renda extra com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ajuda a explicar esse resultado”.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.
Por Cíntia Ferreira, do Portal Projeta