terça-feira, novembro 12, 2024
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    Peixes-símbolos da Amazônia em risco por causa das queimadas

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    Este ano, os graves incêndios na Amazônia  não apenas atraíram a atenção internacional, como também iluminaram os efeitos do crescente desmatamento na região, desde a evaporação das chuvas até as emissões de dióxido de carbono. Entretanto, um efeito crucial da perda florestal na floresta tem sido amplamente ignorado: como isso influencia o sistema do rio e os peixes que vivem nele.

    Existem poucos lugares no mundo onde a vida aquática e a vida arbórea são tão próximas como são na Amazônia. Enquanto a floresta tropical é lar do maior rio do mundo (por volume de água) e 1,7 mil afluentes, cerca de um sexto da bacia também é composta por pântanos cobertos pela floresta que ficam inundados anualmente por períodos longos e dão suporte ao peixe mais importante comercialmente da região.

    “Esse pulso das cheias é a força impulsionadora que governa todas as funções ecológicas e as interações ao longo da bacia do rio, e cria florestas inundadas que são cruciais para a sobrevivência e reprodução de centenas de espécies de peixes na Amazônia”, diz Jansen Zuanon, biólogo do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), em Manaus.

    Embora ainda intactas em grande parte da Amazônia, as florestas aluviais têm sido fortemente danificadas nas décadas recentes em algumas partes da bacia, especialmente nas planícies do leste do Brasil. Agora, a ameaça à sobrevivência delas — e dos peixes que dependem delas — pode estar ficando mais intensa por causa do crescente desmatamento e dos incêndios, dizem os pesquisadores, alertando que a maior degradação das florestas de pântano poderia fundamentalmente alterar o ecossistema aquático da Amazônia.

    “Se você não proteger essas áreas, os rios não serão os mesmos e nós perderemos os peixes”, diz Leandro Castello, um ecologista tropical no Global Change Center de Virginia Tech, que estudou as ligações entre a floresta e os peixes da Amazônia.

    Buscando abrigo

    A bacia do rio Amazonas, a qual 60% está no Brasil, é o lugar mais biodiverso do mundo, não só na terra, mas também na água. Existem mais de 3 mil espécies de peixes no Amazonas, além de centenas ainda a serem descobertas. A biodiversidade é atribuída, em grande parte, às cheias que acontecem aproximadamente entre dezembro e abril. Durante esse tempo, os níveis da água aumentam em até 15 metros, com água transbordando dos rios para criar novas extensões de água nas áreas florestais.

    Apesar de sua importância para o equilíbrio da floresta tropical, a planície aluvial do Amazonas é relativamente pouco estudada, embora a conexão entre a floresta e peixes tenha sido estabelecida há muito tempo. Centenas de espécies de peixes usam as florestas aluviais para se alimentarem de frutas e sementes que flutuam na superfície da água. Muitos peixes também se movem em áreas inundadas para buscar abrigo dos predadores, emergindo do esconderijo assim que eles ficam maiores.

    Com informações de National Geographic Brasil*

     

     

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