Enquanto Manaus tem pontos de ônibus sem telhas, bancos e contam com infraestrutura falha, uma nova parada para o transporte coletivo na capital tem chamado a atenção da população. Localizado na Ponta Negra, na Zona Oeste da cidade – e um dos principais pontos turísticos de Manaus -, o abrigo terá pedras portuguesas, porcelanato e conexão à internet Wi-Fi. O valor: R$ 207 mil – quase cinco vezes o preço de uma parada comum.
“A gente vai correndo atrás do ônibus para pegar. Está muito caro, pela fé! Todos esses anos a gente trabalhando aqui, sofrendo embaixo de chuva e sol, e agora que vão fazer esse negócio aí?”, disse.
Ao visitar o local, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), contou 50 passos para mostrar que o ponto tem 100 m2. Ele justificou os R$ 207 mil afirmando que esta não é uma parada normal.
“Uma uma parada normal custa R$ 44 mil. Essa aqui não é uma parada normal, isso aqui foi uma vacilada de pessoas que não entendem de política, do Implurb, então eles disseram que é uma parada de ônibus porque aqui fica um amontado de pessoas no sol e na chuva e agora vão estar aqui dentro com iluminação de noite. Se liga a iluminação do parque com esse porcelanato, olha só! Fundação de dois metros, nove estacas, aço escovado… quer dizer, a frescura aqui é enorme – e frescura custa dinheiro”.
Além do preço, a população reclama da demora para entregar a obra, que deveria ter sido concluída no dia 3 de agosto. Questionado sobre o novo prazo, o prefeito afirmou que o projeto será entregue nesta terça-feira (20).
Segundo o segurança Emerson Soares de Andrade, as regalias no ponto de ônibus são “um absurdo”. “Um valor desse é um prédio. Dá para investir numa educação melhor, no esporte, na saúde. Isso vocês não vê, isso é um absurdo pra mim”, contou.