As primeiras investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) indicaram um aumento de quase 100% no preço do combustível, durante trajeto até os postos de abastecimento. As distribuidoras devem ser convocadas para explicar a alta.
O vice-presidente da CPI dos Combustíveis, deputado Fausto Jr, revelou que o preço do litro da gasolina sofre um aumento de quase R$ 2 após sair da refinaria. “Durante as investigações, descobrimos que no simples trajeto entre a refinaria e os postos, o preço da gasolina vai de R$ 1,90 para R$ 3,90, em média”, explicou.
Segundo o deputado, esse aumento é feito pelas distribuidoras, que terão que explicar o motivo do reajuste. O aumento ocorre em todo o país, conforme diagnóstico da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), durante reunião no Rio de Janeiro.
No Amazonas, o próximo passo da CPI será investigar as distribuidoras, de acordo com o vice-presidente da CPI. “Vamos imaginar que a Petrobrás gaste R$ 1,90 para refinar o petróleo, transformando-o em um litro de gasolina (…) É justo que as distribuidoras ganhem o mesmo valor apenas para transportar o combustível?”, questionou Fausto.
Outro problema apontado pela CPI, que envolve as distribuidoras, é a venda casada. De acordo com informações divulgadas pela Comissão, os donos de posto são obrigados a comprar combustível da distribuidora que é dona da bandeira do posto.
“Um dono de posto da bandeira X não pode comprar gasolina da distribuidora Y. Isso é venda casada e dificulta a concorrência entre os postos”, pontuou Fausto Jr, ao acrescentar que a CPI vai apurar suposta formação de cartel envolvendo, além de postos de combustíveis, as próprias distribuidoras do produto.