O clima esquentou em reunião ordinária no plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que ocorreu nesta terça-feira (9), onde os deputados avaliavam se o texto da Reforma da Previdência fere algum princípio da Constituição.
O presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR), tentava passar logo à apreciação dos requerimentos.
A oposição, por outro lado, tentou estender a sessão lançando uma série de questões de ordem para protelar os trabalhos. Francischini já havia indeferido uma série de pedidos quando a deputada Erika Kokay (PT-DF) tentou lançar mais uma questão de ordem.
Alegando que não se tratava de matéria nova, o presidente da CCJ tentou passar logo à apreciação dos requerimentos.
A medida despertou forte reação da oposição, deputadas do PT ficaram de pé no plenário e iniciou-se um intenso bate-boca. “O senhor não pode cassar a palavra de quem quer que seja”, bradou Erika Kokay. Francischini tentou retomar os requerimentos e chegou a pedir que os deputados “mantivessem o decoro”, mas acabou cedendo para que a deputada petista prosseguisse com suas considerações, após protestos.
“Eu sei que Vossa Excelência não quer que nós emendemos supressivamente a matéria, tirando-nos o direito de fazê-lo. Que Vossa Excelência quer nos impedir de recorrer em vários momentos, que Vossa Excelência quer nos silenciar. Porque eu sei a dificuldade que é defender essa Reforma da Previdência”, disse a deputada Erika Kokay.
“Vossa Excelência não pode ser sabujo do fim da aposentadoria e rasgar o regimento”, disse Erika Kokay, que pedia discussão sobre a inversão da ordem do dia. O pedido foi novamente indeferido, e Francischini acabou sendo aplaudido por deputados favoráveis à proposta, incluindo o filho do presidente Jair Bolsonaro Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presente à sessão.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) citou o fato de o presidente da CCJ fazer parte do mesmo partido que o presidente da República, Jair Bolsonaro, responsável pela apresentação da Reforma. “Meu veemente protesto à condução dos trabalhos desse momento em que o deputado Francischini, inclusive, saiu um pouco do tom que tem lhe caracterizado, que é o de tranquilidade. A proximidade, talvez, da Reforma cause isto”.
Durante a sessão, ainda, o deputado Pastor Eurico (PATRI-PE) ao parabenizar a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que participava da mesa, se referiu às deputadas do PT de “tchutchucurada”.
“Havia um grupo feminino aqui que dominava, gritava, esperneava, mas agora graças a Deus, chegaram pessoas como Vossa Excelência, e outras mulheres aqui, que pensam um diferente Brasil. É melhor termos a senhora e demais companheiras como tigresas do que essa tchutchucurada aí petista”, disse o deputado.